Com o objetivo de apontar iniciativas que possam aprimorar a política agrícola, o Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães (SPRLEM) sediou no dia 8 de fevereiro, o 2° workshop promovido pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) com vistas à elaboração de propostas para o Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018. A reunião técnica fez parte de uma série de encontros que estão acontecendo nas principais regiões produtoras do país e, em Luís Eduardo Magalhães, no oeste baiano, reuniu produtores rurais e representantes de entidades de classe dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, que formam a fronteira agrícola do Matopiba.
Dentre as ações apontadas como prioritárias e estratégicas para o setor, estão questões como a redução dos juros e desburocratização do crédito, a reestruturação do seguro agrícola, a revisão da atual política de preço mínimo, a melhoria das condições de comercialização, a revisão do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), o aumento da capacidade de armazenagem com a construção de uma unidade da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para regular os estoques na região e a redução das taxas de juros do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) e para o Crédito Agrícola, na modalidade de custeio. Foram destacados também a oferta de mais recursos de longo prazo para correção de solo e a redução dos custos cartoriais relacionados ao registro de operações de crédito rural - tema este que deve ser tratado em nível estadual pelas lideranças.
Para o diretor de marketing do SPRLEM, Moacir Hoppe, o seguro rural teria que ser reformulado para cobrir os custos de produção e não somente as verbas de custeio, além de margem de renda do produtor. “O acesso ao seguro rural continua sendo uma questão problemática. Os produtores entendem que nos moldes em que foi implantado, não resolve o problema. Quando o produtor recorre ao seguro, no próximo ano este já encontra resistência dos bancos e das próprias seguradoras em financiar e assegurar novamente a lavoura. Nossa atual política de preço mínimo não serve pra nada praticamente; está aquém do custo de produção do produtor e o governo não dispõe de poder de compra. Entendemos que assuntos como a logística, o custo de produção e a tributação em cima dos insumos devem merecer a atenção de nossos governantes, a fim de reduzir o custo de produção”, destaca.
O diretor técnico de Agricultura, Grãos e Fibras, Celito Missio, salientou que os custeios agrícolas atingem o valor atualmente de até R$ 3 milhões por CPF, sendo que apenas 60% são liberados no segundo semestre, véspera do plantio e, os outros 40%, são viabilizados para o primeiro semestre do ano seguinte, objetivando custear lavouras de safrinha ou culturas de inverno. “No caso específico da região do Matopiba (zoneamento agrícola), não há cultivo de safrinha, nem cultura de inverno, portanto, nossa sugestão é de que o Ministério da Agricultura normatize a liberação de 100% no mesmo período, podendo destinar estes 40% para o cultivo de milho, exclusivamente, pois a região Nordeste é carente deste cereal”, sugeriu.
A presidente do SPRLEM e anfitriã, Carminha Missio, avaliou o encontro técnico como uma excelente oportunidade para que produtores rurais e demais profissionais do setor pudessem se manifestar para, juntos, contribuir para a construção de uma política agrícola que atenda às necessidades, respeitando-se as peculiaridades de cada região. “Mobilizamos os produtores rurais, as entidades representativas e os profissionais que atuam na área agrícola para participarem do encontro técnico. O produtor rural, independente do estado, região ou município em que atua, enfrenta dificuldades. Acredito que juntos, discutindo os diversos assuntos que demandam atenção, construímos uma proposta que atenda às expectativas e que venha a beneficiar os produtores rurais, nas suas mais diferentes demandas, de acordo com as particularidades de cada região”, encerra. A partir dos encontros nas regiões produtoras do país, a CNA vai elaborar um documento único a ser entregue ao Governo Federal, com as prioridades do setor agropecuário para safra 2017/2018.
Heloíse Steffens
Assessora de Comunicação
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