Com o objetivo de tornar mais eficiente o trabalho de fiscalização agrícola e pecuária, o Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães (SPRLEM), a Associação dos Produtores de Sementes de Soja dos Estados do Matopiba (Aprosem), a Associação do Comércio de Insumos Agrícolas (Aciagri) e a Associação dos Criadores do Cerrado Baiano (ACCB) solicitaram, ao Governo do Estado, a criação de uma gerência técnica da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) em Luís Eduardo Magalhães, no oeste baiano. A proposta das entidades é que seja estruturada uma nova gerência ou deslocada alguma unidade de um município com menor necessidade.
Em documento enviado ao governador Rui Costa, ao secretário estadual de Agricultura, Vitor Bonfim e, ao diretor geral da Adab, Marcos Vargas, as entidades representativas destacam a necessidade permanente de fiscalização sanitária e fiscal, uma vez que as fronteiras com as regiões de Posse (GO), Taguatinga (TO) e Dianópolis (TO) recebem alto fluxo logístico de insumos, animais e outros produtos de origem animal e vegetal e, embora existam duas barreiras zoofitossanitárias fixas da Adab nos postos de divisas da Sefaz, localizadas em Placas (Barreiras) e Rosário (Correntina), ambas estão com limitações de pessoal e têm permitido o livre trânsito de cargas pelos locais, sem a devida parada para fiscalização, quando de ingresso no Estado.
Essa realidade pode servir de porta de entrada para pragas e doenças, resultando em prejuízos econômicos e sociais para todo o Estado – e é exatamente isso que se pretende evitar. De acordo com a presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães, Carminha Missio, a defesa agropecuária não é apenas um dos principais atributos de sucesso na sustentabilidade das atividades agropecuárias, mas um dever público de promoção da política agrícola. “Temos observado o livre trânsito de cargas em pontos com e sem fiscalização nas divisas, sobretudo com Goiás e Tocantins. Trata-se de um alto risco para a entrada de gravames fito e zoosanitários que precisamos inibir”, disse.
Medida estratégica
A gerência técnica para Luís Eduardo Magalhães seria uma medida estratégica, já que a cidade está no centro geográfico da região, se analisadas as rotas logísticas com Estados vizinhos, seja com Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Piauí. Praticamente todas as rotas têm intersecção com o município. Além dos acessos fronteiriços com outros estados, também as rotas internas de deslocamentos para as áreas de agricultura dos municípios baianos de Cocos, Jaborandi, Correntina, São Desidério, Barreiras, Riachão das Neves e parte de Formosa do Rio Preto, estão projetadas a partir de Luís Eduardo. Todos esses municípios são alcançados com os programas fitossanitários da Adab, entretanto, a base desses profissionais está localizada na gerência regional, em Barreiras, distante a pelo menos 100 km das áreas de produção agrícola, demandando custos e deslocamento rotineiros de mais de 200 km (ida e volta) para chegar ao local de trabalho.
É também no município de Luís Eduardo Magalhães que a expansão da pecuária no cerrado, com fomento à etapa de terminação de bovinos, já é uma realidade por razões econômicas e técnicas, pela proximidade com as matérias-primas da alimentação, como farelo de soja, milho, torta de algodão e forrageiras. A presença de empreendimentos para abate, que está sendo possível mediante a aquisição de animais de outros Estados, eleva os riscos zoosanitários e reforça a necessidade de se ter, no município, uma gerência técnica da Adab.
Apesar de sua importância estratégica e da relevância das ações de vigilância e fiscalização, a cidade de Luís Eduardo conta com apenas uma unidade municipal de atendimento, lotada de alguns funcionários da área administrativa, juntamente com um agrônomo e um veterinário. “A fim de termos eficiência nas ações de promoção de segurança fitossanitária dos municípios em questão, com maior capacidade de mobilização frente às ações de monitoramento das fronteiras interestaduais e do trânsito de insumos nas rodovias e mais celeridade na averiguação de início de surtos de doenças, temos a necessidade de ter uma melhor estrutura em pessoal e veículos, enfim, uma condição mais próxima desta realidade, que é de riscos iminentes. A eficácia na atuação dos fiscais agropecuários é fundamental”, finaliza Missio.
Heloíse Steffens
Assessora de Comunicação
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