Representantes de associações, secretarias estaduais, federações, da Syngenta e Sindiveg, e produtores rurais se reuniram com deputados estaduais nessa quarta-feira (28), na sede do Sistema Faeb, em Salvador, para discutir Projetos de Lei ligados ao Agro que tramitam na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). As discussões focaram nos projetos que proíbem a utilização e comercialização de defensivos com diversos componentes ativos; a pulverização de defensivos realizada por meio de aeronave, e a indicação sobre uso de agrotóxicos na rotulagem dos alimentos.
“Entre as mudanças que queremos implementar está a aproximação do nosso Sistema com os deputados, fazendo com que momentos como esse, de diálogo, seja uma constante. Queremos participar ativamente das discussões de políticas públicas voltadas para o segmento agropecuário e alertando sobre os impactos negativos e oportunidades que podem ser geradas”, destacou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), Humberto Miranda.
Durante o encontro foi realizada uma palestra técnica por Elvino Mendonça, economista e consultor do escritório Mendonça & Nogueira, em Brasília, sobre os impactos socioeconômicos da aplicação aérea de defensivos agrícolas no Brasil. “Com a aplicação aérea, na cultura de citrus, por exemplo, é possível fazer 150 hectares. Já com a aplicação terrestre utilizando o trator, atinge-se no máximo dois hectares. A aplicação aérea é 75 vezes mais eficiente que a terrestre”.
O economista ressalta ainda que, “com larga extensão territorial, grande quantidade de monoculturas, clima tropical, onde as pragas se proliferam de maneira muito rápida, como é o caso do Brasil, é preciso agir muito rapidamente sobre a cultura. Uma doença como a ferrugem asiática, por exemplo, se não for combatida com rapidez pode dixzimar a lavoura inteira, e isso significa desemprego, aumento da desigualdade de renda das pessoas, geração de pobreza, queda nas exportações, entre outros impactos”.
O presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia, Celestino Zanella, ressaltou que o banimento da aplicação aérea é um retrocesso. “As tecnologias têm aumentado, as formas de aplicação têm melhorado, as lavouras têm aumentado e a rapidez com a qual nós precisamos combater as pragas e doenças dentro do setor agrícola brasileira é muito veloz. Nós pegamos quase uma semana de chuvas recentemente, então temos que ser muito eficientes, porque os fungos se espalham com uma rapidez assustadora”.
O presidente da Abapa, Júlio Busato, deu um exemplo da evolução gerada pela atividade agropecuária. “Em 1990 o Brasil era o segundo maior importador de algodão e hoje é o segundo maior exportador e quarto produtor mundial. O que mudou? Quarenta mil empregos gerados só na Bahia”.
O deputado Eduardo Salles chamou a atenção para a importância de demonstrar, de forma prática, quais são os impactos negativos que serão sentidos pelos consumidores, como aumento no preço dos produtos na prateleira dos supermercados, por exemplo, caso a aplicação aérea seja banida. A deputada Jusmari Oliveira reforçou que “munidos de informações podemos fortalecer o nosso poder de argumento e nossa capacidade de mostrar a realidade do nosso Brasil e da Bahia. Fortalecer agropecuária é fortalecer a chegada de alimento na mesa da população, de forma mais democrática e justa”.
Também participaram da reunião, a vice-presidente da Faeb, Carminha Missio; o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras e vice-presidente Regional da Faeb, Moisés Schmidt; o vice-presidente Administrativo Financeiro da Federação, Guilherme Moura; além de representantes do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), da Fieb, Fecomércio e Secretaria do Meio Ambiente (Sema).
Fonte: Ascom Sistema Faeb